LINHA SUPERIOR


É claro que não pretendemos falar do óbvio. Qualquer criador, que tenha levado um de seus exemplares a uma exposição, já ouviu falar das conseqüências prejudiciais que uma linha superior selada ou carpeada traz para a boa movimentação de seu cão.

É como montar numa bicicleta que tenha a barra superior de seu quadro, feita de borracha.

Pastor alemão

Pequeno lebrél italiano

Fila brasileiro

O perfil da linha superior, praticamente, define a qualidade da movimentação: a dos cães galopadores é arqueada e a dos trotadores é reta, de nível ou levemente descendente.

O comprimento do dorso e do lombo, comparado com o dos membros, determina a arquitetura biomecânica, a quadratura das proporções na aparência geral e o tipo de movimentação.

O dorso e o lombo têm uma participação, na arquitetura que irá determinar a qualidade da movimentação.

Tanto o comprimento do dorso, quanto o do lombo, devem amoldar-se aos parâmetros do padrão da raça, objetivando o tipo de movimentação característica, entretanto, curto o suficiente para proporcionar melhor desenvolvimento muscular, entendendo-se por desenvolvimento, as medidas ideais de espessura e comprimento de cada músculo para otimizar as funções específicas de cada um.  

Um músculo curto, realiza um trabalho que produz maior força e um movimento de menor amplitude. 

O músculo longo, ao contrário, executa um trabalho de movimento mais longo produzindo menos força.  

 

A caixa torácica permite uma estrutura biomecânica de entrelaçamento dos músculos com o osso pélvico que proporciona a resistência do lombo e dos flancos. 

Na região torácica anterior os músculos equilibram esse esforço com o pescoço.

Exercício para melhorar a linha superior

Também não pretendemos falar dos exercícios de trotar, subir ladeira etc. etc.

Sabemos que é importante desenvolver a musculatura.

O problema é que a discussão permanece sempre em torno das musculaturas dorsal e lombar e ninguém, absolutamente ninguém, se preocupa com a musculatura abdominal.  

 

Os primeiros estudiosos da anatomia animal foram criadores de cavalo, que estudavam os animais à luz da anatomia humana, onde o termo coluna vertebral está muito bem aplicado, porque, na estrutura humana, o conjunto das vértebras realiza seu trabalho na vertical, como uma coluna de sustentação. O momento vetor da resultante das forças aplicadas se opõe à força gravitacional ao longo do áxis da estrutura vertebral.  

 

 


A estrutura biomecânica do tronco de um quadrúpede somente poderá ser compreendida, quando adotarmos definitivamente o termo Viga Vertebral ao invés de coluna vertebral.  

 

Nos quadrúpedes, cada vértebra recebe uma carga vertical em separado, resultante de um esforço inteiramente diferente do da nossa coluna.

Essa carga vertical é distribuída, em parte, no sentido horizontal. Essa é a razão principal de nos esforçarmos para compreender o trabalho da espinha dorsal como uma viga ou ponte.  

A estrutura da região lombar é idêntica às estruturas metálicas das vigas e pontes: duas barras diagonais que suportam a compressão da barra horizontal superior e a distensão da barra horizontal inferior, cuja tendência é à ruptura. A barra vertical evita o movimento do tipo pantográfico, mantendo a distância entre elas.  

Se a lógica do raciocínio for horizontal, é desnecessário enaltecer a importância da musculatura abdominal para a correção da linha superior.

Quando a musculatura abdominal se contrai a espinha vertebral se arqueia.

Quando a musculatura abdominal relaxa, como  no caso de uma gravidez recente,... o dorso sela.

Com a mesma lógica, o exercício para acertar a linha superior é o galope rápido e por curtíssimo tempo.