CORONAVIROSE


Histórico

Embora tenha o virus Corona sido isolado de frangos em 1937 por Beaudette e Hudson, sua identificação e correspondente distribuição mundial somente a partir de 1971 veio ocorrer. Pelo fato dos vírus localizarem-se em forma de uma coroa nas células em que se replicam, deu motivo a sua denominação: corona. Foto dos mesmos poderá ser visualizada no site na Internet abaixo, efetivada pelo prof. Stewart MacNulty da Universidade de Ciências Veterinárias de Belfast, do Reino Unido (http://www.life.anu.edu.au/viruses/Images/Queensun/vsd14_c.htm)

Recentemente escrevi artigo para este site, sobre Parvovirose, doença que juntamente com a Coronavirose são entre as doenças virais as causadoras das mais sérias infeções intestinais em cães principalmente. Porém, o vírus Corona não infecta apenas cães, como também bovinos, gatos e outros animais, e inclusive o homem, motivo pelo qual deve ser incluída entre as zoonoses.

Formas de Contágio

A forma aceita de como se processa a contaminação dos animais, tanto para o virus Corona quanto aquele da Parvovirose, é mais freqüentemente a través das fezes de animais enfermos dessa moléstia. Os dejetos de animais enfermos com essa virose devem portanto merecer especial cuidado com a finalidade de impedir-se a continuidade de alastramento da infeção para outros animais suscetíveis. Tais dejetos além de serem removidos para locais onde possam ser esterilizados, devem tambem tais locais serem desinfetados com soluções apropriadas.

O período de incubação, tal seja, aquele período que vai entre o contágio com o vírus e o aparecimento dos primeiros sintomas está em torno de 1 a 3 dias, ou seja, extremamente curto quando comparado aos de outras doenças virais.

Como também ocorre com o vírus da Parvovirose, o vírus Corona também infecta preferencialmente o trato intestinal dos animais e muito raramente espalha-se para outros órgãos do mesmo animal. A intensidade desses sintomas é variável e em alguns casos é mesmo inexistente algum sintoma, o que nos leva pensar estar a virose latente no organismo do animal, a espera de uma queda da sua resistência para vir a exteriorizar-se.

Sintomas da Doença

Entre os possíveis sinais de encontrar-se o animal infectado inclui-se a diarréia, vômitos, perda do apetite, letargia e febre. Na diarreia em geral não é observada presença de sangue, adquirindo as fezes coloração alaranjada porém sem odor fétido. Muitos cães infectados com o virus Corona melhoram sem nenhum tratamento após alguns dias, passando a não apresentarem mais nenhum sintoma, o que atribui-se suas próprias defesas orgânicas haverem sobrepujado a infeção, porém nestes casos quando efetuadas provas sorológicas de seu soro sanguíneo, será detectado título positivo para coronavirus. Porém, animais jovens são os que mais freqüentemente apresentam os mais sérios sinais da doença, podendo mesmo virem a sucumbir da virose. Têm sido também assinalados casos, em que há simultaneidade das infecções virais por Corona e Parvovirose, e nestas os sintomas são mais severos ainda.

Tratamento dos Enfermos

Como ocorre com as enterites virais em geral, o tratamento dos animais enfermos resume-se a mero suporte (sintomático), já que não existem medicamentos específicos contra os vírus em geral. Com o fito de ser impedida desidratação do enfermo causada pelos vómitos e diarréia, a medida terapêutica principal resume-se na administração tanto oral quanto parenteral, de soro fisiológico ou glicosado, e nestes associados necessariamente também Vitaminas C e do complexo B, que exercem comprovada eficácia como protetoras que são das células do trato digestivo, além de coibirem o vômito.

Alimentação via oral em geral é quase impossível, devido os vômitos que apresentam os doentes, podendo-se em alguns casos tentar a administração de mingaus bem cozidos de farinhas e amiláceos em geral.

Antibióticos e quimioterápicos de ação intestinal podem ser administrados quando os sinais intestinais são severos, tais como aqueles derivados do Bismuto e Pectatos em geral.

Administração parenteral de gama-gl;obulinas específicas é terapêutica que surte efeito, quando procedida logo quando constatados os primeiros sinais da doença.

Diagnóstico Diferencial

Devido a semelhança dos sinais clínicos dessa virose com aqueles de outras viroses e principalmente com os da Parvovirose, sua diferenciação destas só é possível a través de exames laboratoriais especiais.

Os exames post mortem de animais que vieram a sucumbir do mal, também são pouco elucidativos, devido as lesões intestinais causadas pelo Corona serem pouco perceptíveis e não específicas, além de se alterarem rapidamente após a morte do animal.

Vacinação Preventiva

Vacinas existem para prevenirem o mal, porém sua eficiência é ainda questionável por muitos autores. Adicionalmente, a proteção proporcionada por essas vacinas existentes é bastante fugaz, desaparecendo rapidamente os anticorpos específicos da circulação do animal vacinado após breve tempo.

Carmello Liberato Thadei   Médico Veterinário 
CRMV-SP-0442