CONJUNTIVITE


A conjuntivite é uma doença freqüente, muitas vezes considerada sem importância e que, como o seu nome indica, é uma inflamação da conjuntiva. Costuma afetar especialmente aqueles cães que colocam a cabeça para fora do carro em movimento ou que entram em contato com alguma substância alérgica.

O olho que 'chora'

Segunda capa protetora do olho, por baixo das pálpebras, a conjuntiva costuma ser atingida por uma infinidade de tipos de poeira irritantes, infecciosas ou não. É uma mucosa profunda e finamente vascularizada que, em estado normal, apresenta um aspecto branco rosado. Graças à sua transparência natural, transforma-se numa vitrine para além da qual não pode passar despercebida qualquer inflamação do olho nem das estruturas subjacentes.

Clinicamente, a conjuntivite caracteriza-se por 3 sintomas fundamentais: a vermelhidão da mucosa, que se congestiona, a intolerância à luz ou fotofobia e o blefarospasmo, que faz o olho do cão piscar constantemente, fechando-lhe a pálpebra quase completamente. Tudo isso provoca um lacrimejar e uma epífora mais ou menos abundante.

A conjuntivite é uma doença dolorosa, que deve ser tratada imediatamente para não se tornar crônica.

A congestão dos vasos conjuntivos provoca rapidamente um edema, com inchaço da pálpebra, a quemose. A mucosa toma, então, um aspecto aveludado brilhante.

Além da conjuntivite "clássica", que afeta os 3 segmentos da mucosa, podem surgir conjuntivites foliculares em certas raças. O Pastor Alemão é particularmente propenso a esse gênero de patologia. As células, que intervêm na proteção imunitária da conjuntiva, multiplicam-se e aglutinam-se em folículos, que podem atingir um milímetro de diâmetro. No caso da conjuntivite folicular propriamente dita, os folículos situam-se nas conjuntivas palpebral e globular. Quando existe hipertrofia dos folículos linfóides, estes localizam-se estritamente na região da membrana nictitante.

Causas múltiplas

As conjuntivites podem ser infecciosas. É preciso lembrar que a conjuntivite é um dos sintomas da cinomose. Também podem intervir outros germes ou vírus. Mas são principalmente os fatores físicos que provocam as conjuntivites. Em primeiro lugar, os corpos estranhos, como poeira ou as espiguetas, que se enfiam sob a terceira pálpebra ou na prega das pálpebras.

Algumas vezes, o corpo estranho é uma parte integrante da pálpebra. Nas triquíases, trata-se de uma pestana mal implantada, que arranha a conjuntiva e, às vezes, também a córnea, irritando e inflamando a mucosa e o epitélio.

A irritação relacionada com o enrolamento da pálpebra sobre a sua face interna, no entrópio, contribui para a inflamação da conjuntiva.

Paradoxalmente, a secura ocular observada nas querato-conjuntivites secas, freqüentes no Pastor Alemão, pode ser a origem de uma irritação e de uma inflamação das conjuntivas. A exploração da função secretora do aparelho lacrimal permitirá verificar esta hipótese.

Finalmente, os fenômenos alérgicos não são raros no cão e, muito frequentemente, as picadas dos insetos provocam edemas da face, com fortes quemoses e conjuntivites.

Tratar imediatamente para aliviar o cão

A conjuntivite deve ser tratada rapidamente: assim se aliviará o animal e serão evitadas complicações. Deve ser o veterinário a escolher o colírio a ser aplicado. Além disso, o dono deverá respeitar as indicações da prescrição: para que o colírio seja eficaz, deverá ser aplicado até 6 vezes ao dia.