Labrador no Metrô


O Estado de São Paulo, 02/07/2000

TEMA: DEFICIENTES

Esta coluna é um espaço aberto para opinião dos leitores sobre temas de destaque.

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Labrador no Metrô

O recente caso envolvendo deficiente visual e o Metrô, além de atípico, demonstra um esnobismo incomensurável. Tratando-se de pessoa abastada, vem a referida com um labrador, importado, amestrado nos padrões americanos, quiçá bilíngüe ou trilíngüe no latido, querendo que ele seja um passageiro habitual nos vagões lotados. Será que em caso de necessidades fisiológicas tem o cão possibilidade de resolver o caso nos sanitários? Tem mais: esses animais - que devem ter universidade e diploma - necessitam de constante vigilância veterinária, o que deve fazer com que sua dona tenha uma boa reserva para enfrentá-la. A meu ver, essa "caridosa" deficiente estaria muito mais bem assessorada se desse emprego para uma boa ama (existem especialistas tanto aqui quanto nos EUA) para acompanhá-la e proporcionar-lhe relacionamento muito saudável do que com o Ph.D.

canino-labrador. Flávio de Carvalho, São Paulo