ARTIGO - AS BASES DA NUTRIÇÃO CANINA


Todos os seres vivos precisam se alimentar. Os cães dependem de seus donos para ter uma dieta diária perfeitamente balanceada. Cerca de 50 nutrientes são considerados essenciais para os cães e a qualidade de uma determinada ração é baseada em quão bem ela resolve e se encaixa no quebra-cabeça altamente complexo da nutrição canina.
 

Proteínas (carne, peixe, ovos), fibras (vegetais verdes), gorduras (vegetal e animal), minerais e vitaminas devem ser incluídos na dieta ideal e a quantidade desses diversos elementos deve refletir:

· O porte do cão (obviamente um Chihuahua de dois quilos não terá a mesma dieta que um São Bernardo de 80 quilos);
· A condição fisiológica do cão (necessidades alimentares são influenciadas pelo crescimento, gestação, amamentação, atividade física e velhice);
· A saúde do cão (em muitos casos, a nutrição se tornou uma ferramenta importante no tratamento clínico das doenças).

Os donos de cães atletas ou de trabalho já sabem a importância da nutrição. Por esse motivo, vamos falar apenas dos elementos básicos, para dar aos leitores uma boa compreensão de todos os elementos necessários para criar uma dieta nutricionalmente bem balanceada.

50 Nutrientes Essenciais com um Papel Importante

Como os humanos, cães são criaturas cuja sobrevivência depende das centenas de milhões de células que compõem seus corpos e trabalham como pequenos motores para produzir energia. Esses "motores" são essenciais para a vida. Eles precisam de fornecimento constante de combustível - comida - e comburente - oxigênio - para produzir calor e energia. O corpo assim mantém temperatura constante e pode construir e fortalecer a si mesmo e assim garantir a sobrevivência, sem nunca parar de se renovar.

Para alimentar bem um cão, o dono precisa ter uma boa compreensão do papel da nutrição, definida como "todas as trocas entre um organismo e seu meio ambiente que permite que o organismo assimile substâncias externas e produza energia necessária para sobreviver".

Nutrientes e suas fontes
(tabela 1)

Nutrientes

Fontes alimentares

Proteínas

Carne (crua ou levemente cozida), peixe cozido, ovos cozidos, leite (se o cão reage bem),
queijo. Evite: restos com muitos nervos, ovos crus, peixe cru.

Amido

Grãos bem cozidos (arroz, macarrão, milho, trigo). Evite: batata, pão, grãos crus.

Fibras

Vegetais verdes (ervilhas, cenouras, verduras cozidas, pequenas quantidades de farelo de trigo).
Evite: repolho, cebola, nabo

Gorduras

Gorduras animais (sebo, banha de porco e gordura de frango), óleos vegetais (soja, milho, borragem).
Evite: gorduras mofadas ou cozidas.

Vitaminas e minerais

Ossos de base, carbonato de cálcio, suplementos minerais, leveduras (vitaminas),
derivados de leite (cálcio). Evite: Qualquer excesso de suplementos.

 

 

 

 

 

O Papel dos Nutrientes

Um nutriente é um elemento simples que deve ser incluído na dieta canina em uma quantidade que ajudará a manter a saúde do cão. Todo dia, os cães necessitam cada um dos 50 nutrientes essenciais pois cada um tem um papel importante e seus corpos não podem sintetizá-las.

Água: a mais importante de todas


Pode parecer desnecessário listar a água como nutriente, mas é importante lembrar que enquanto um organismo pode passar semanas sem comer, não pode sobreviver mais que três dias sem beber. O corpo de um cão é composto por 2/3 de água e todos seus tecidos são banhados em água. Músculos, por exemplo, têm 80% de água em seu peso.
Enquanto os cães podem perder toda a gordura corporal e metade de suas proteínas e ainda sobreviver, a perda de apenas 10% da água do corpo leva à morte. Com suas muitas funções importantes, a água é o principal nutriente para os cães e todos os demais seres vivos. Cães em dieta de manutenção requerem aproximadamente 60 ml de água por dia para cada quilo de peso (e às vezes um pouco mais, em casos como exercício extenuante, gestação e lactação).

Proteína: os blocos de construção do corpo


As proteínas têm valor nutricional, mas servem em sua maioria como blocos de construção para ossos, músculos, estruturas nervosas, etc. - resumindo, tudo que um cão precisa para sobreviver. A proteína é uma molécula formada por aminoácidos, um tipo de trem formado por vagões (aminoácidos não essenciais) e locomotivas (aminoácidos essenciais). Há diferenças no valor nutricional, especialmente durante a digestão, de proteínas "boas" (carne vermelha ou branca, peixe, ovos, etc.) e proteínas "más" (tendões, tecidos conectivos), que não são digeríveis e serão eliminados nas fezes. Uma proteína bem digerida (e por conseqüência absorvida na forma de aminoácidos) não será necessariamente bem utilizada (metabolizada) pelo organismo. Podem faltar certos aminoácidos essenciais sem as quais o corpo do cão não pode sintetizar suas próprias proteínas. É ainda útil falar do "valor biológico" das proteínas e para comparar aminoácidos essenciais a pedaços de tecido vermelho, branco e azul: com as quantidades suficientes de cada cor, bandeiras dos Estados Unidos podem ser feitas, mas se uma cor faltar, não será possível. Similarmente, quando um aminoácido essencial está faltando, a síntese protéica cessa e os aminoácidos remanescentes são perdidos.
É importante lembrar que um alimento rico em proteína não é necessariamente rico em qualidade. Ao contrário, o tipo de proteína usada em uma ração em particular deve ser levado em conta.
Finalmente, calorias insuficientes na dieta podem fazer com que um organismo "queime" suas proteínas ao invés de salvá-las como blocos de construção. O equilíbrio de calorias e proteínas em uma ração é, portanto, essencial.

Gorduras: Não apenas uma fonte de calorias


O PAPEL PRINCIPAL DAS GORDURAS É PRODUZIR ENERGIA NA FORMA DE CALORIAS.


Os cães digerem bem as gorduras, melhor que humanos, e adoram o sabor (isso pode levar a alimentação em excesso se não for fixada uma quantidade determinada). Mas a palatabilidade das gorduras nunca deve minar o equilíbrio nutricional de uma ração. Isso explica porque cerca de 50% dos cães nos Estados Unidos estão acima do peso, comparado a apenas 25 a 30% dos cães europeus. Quimicamente falando, as gorduras da dieta consistem em éster (éter composto) gorduroso e ésteres de glicerol que formam uma cadeia de certo comprimento e grau de saturação. O conteúdo calórico de uma ração se baseia mais ou menos na quantidade de gordura que contém. A troca proteína - carboidrato é, na verdade, quase isocalórico nos cães, enquanto qualquer gordura extra representa um adicional de 50 calorias por quilo. Um aumento na densidade calórica e quantidade de gordura faz com que a comida fique mais palatável para os cães. Uma vez que isso pode levar à superalimentação, é necessário observar o tamanho da porção.
 

Enquanto os cães podem facilmente administrar altos níveis de gordura em suas dietas, rações gordurosas devem ser reservadas a cães ativos e com alta necessidade calórica, como fêmeas lactantes. Dependendo de sua origem, as gorduras consistem de vários ácidos graxos e assim, têm diferentes valores nutricionais.
 

Ácidos graxos têm um papel duplo:
- Primariamente, um papel não específico, no qual eles simplesmente fornecem calorias. Todos os ácidos graxos formam calorias, mas as chamadas gorduras saturadas de ruminantes ("tallow") e porcos ("lard") não têm apenas esse papel;
- O papel específico, no qual ácidos graxos têm um papel estrutural, como componente de todas as membranas celulares, bem como o papel funcional de precursores de transmissões celulares e hormonais.

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS
 

Esse papel duplo é feito pelos chamado ácidos graxos "essenciais" - essencial pois o corpo de um cão não pode sintetizá-las e precisa obtê-las da dieta. Há duas famílias de ácidos graxos essenciais (também chamados ácidos graxos essenciais poliinsaturados), que é importante saber apesar de seus nomes estranhos:
 

- As séries Ômega-6, encontradas naturalmente em óleos vegetais de animais, exceto frango. A deficiência nesse tipo de ácido deixa a pele seca, causa descamação, alopecia (queda de pêlos) e pelagem sem brilho. Esse é um dos principais nutrientes para uma pelagem bonita;
 

- As séries Ômega-3, encontradas principalmente em óleos de peixes, têm o importante papel na preservação de membranas celulares e funcionamento dos sistemas nervoso e imunológico. Esses ácidos graxos agora são usados por suas qualidades anti-inflamatórias (no tratamento de muitos casos de irritação de pele) e suas propriedades de "oxigenação" (eles melhoram o fluxo de oxigênio nas células e aumenta a deformabilidade dos glóbulos vermelhos, propriedades interessantes para cães atletas e idosos);
 

Seja qual for o tipo, todas as gorduras são particularmente frágeis quando cruas, se deteriorando rapidamente. O mofo leva em primeiro lugar à diminuição de palatabilidade da ração e especialmente a indisposições fisiológicas nos cães: intolerância digestiva, desordens pancreáticas, danos hepáticos, etc. Em rações comerciais, antioxidantes são adicionados para prevenir que as gorduras da ração mofem. No caso de comida feita em casa, é melhor não dar aos cães gorduras cozidas.

Carboidratos
 

Os carboidratos são nutrientes compostos quase que exclusivamente de matéria vegetal, ingredientes de ração de origem animal contém virtualmente nada de carboidratos. Os blocos de construção dos carboidratos são açúcares simples, o mais comum dos quais é a glicose, componente primário do amido e celulose.
 

Outros carboidratos, como as pectinas e gomas, são moléculas mais complexas que consistem de ácido urônico produzido pela oxidação de açúcares simples. Alguns carboidratos (amidos e açúcares) podem ser digeridos e assimilados pelo cão. Carboidratos não digeríveis (fibras e celulose) servem como volume para estimular e regular o fluxo intestinal. Como todos outros animais, os cães têm uma necessidade metabólica por glicose, que é uma fonte primária de energia para certos órgãos, como o cérebro, e é também um bloco de construção essencial em muitas moléculas orgânicas.
 

Apesar disso, cães têm uma diferença básica: seu corpo pode manter a glicemia (nível de glicose no sangue) sem carboidratos na dieta. Cães e alguns outros animais usam certos aminoácidos encontrados nas proteínas para sintetizar a glicose. Por esse motivo, cães não correm o risco de ter deficiência no nível de glicose.

CARBOIDRATOS DIGESTÍVEIS
 

Entre os carboidratos digestíveis, a lactose é bastante importante para filhotes. O leite da mãe cadela tem metade da lactose do leite de vaca. Apesar dos filhotes usarem a lactose, sua habilidade de digestão é limitada e qualquer excesso leva a problemas digestivos. Por isso o substituto para o leite materno canino não deve conter muita lactose. Cães adultos são ainda mais intolerantes a lactose. Na verdade, o consumo de leite pode levar a diarréia em adultos.

AMIDO
 

O amido é um complexo ramificado de polímeros de glicose encaixadas como uma cápsula, chamada "grão" (de amido). O formato de um amido particular depende de sua origem botânica. O corpo do cão usa amilases, enzimas do pâncreas, para digerir amido. A digestibilidade é altamente melhorada pelo cozimento, que gelatiniza o amido. Encontrado em grãos (trigo, milho, arroz, etc.) e batatas, os amidos abastecem o corpo com uma fonte rápida de energia, desde que bem cozidas. O arroz usado em ração doméstica deve ser "pegajoso" para garantir a digestibilidade e prevenir diarréia. Dois métodos de cozimento são usados para rações secas: extrusão ("kibble) e lascamento. Esses métodos garantem que o amido está cozido perfeitamente, assim altamente digerível.

FIBRA
 

Embora as fibras não possam ser assimiladas pelo cão, são consideradas partes necessárias da dieta canina. As fibras são todos os carboidratos não digeridos na saída do intestino delgado: celulose, hemicelulose, lignina, matéria péptica, etc. Algumas proteínas não digeríveis, inclusive a queratina encontrada em penas, podem ser incluídas também.
 

As fibras regulam a atividade do trato digestivo, freando ou acelerando quando necessário. Uma vez que a ação intestinal em cães depende dos níveis de stress e atividade, a quantidade de fibra na ração deve ser adaptada quantitativamente. As fibras também servem como substrato para a fermentação da flora intestinal e ajuda a manter o equilíbrio desse material no intestino grosso. Por isso, qualquer mudança abrupta na fonte da fibra pode causar um desequilíbrio temporário, com fermentação descontrolada, flatulência e diarréia.
 

Embora a fibra seja necessária para digestão saudável, há algumas desvantagens: as fibras diminuem a digestibilidade da ração (isso é especialmente verdadeiro para farelo de trigo).
 

- Em combinação com substâncias complexas conhecidas como fitatos, as fibras podem diminuir a quantidade de certos minerais durante a digestão;
 

- Ainda, a fibra pode ser usada para diminuir a digestibilidade da ração para cães menos ativos ou baixar a quantidade de calorias da ração para cães acima do peso. Nesses casos, o objetivo é reduzir a assimilação da comida e obter um grau de diluição que não vai limitar excessivamente o volume do bolo. Certos tipos de fibras podem maximizar essas propriedades enquanto limitam as desvantagens. Por causa da decrescente digestibilidade das rações ricas em fibra, é necessário aumentar a quantidade do nutriente dessas rações.

Minerais: muitas funções
(tabela 2)

Minerais

Papéis no Organismo

Fontes

Cálcio (Ca)

Formação do esqueleto, transmissão de impulso nervoso (fosfato)

Pó de osso, carbonato de cálcio, cálcio

Fósforo (P)

Formação do esqueleto, formação das membranas celulares, metabolismo energético

Pó de osso, fosfatos

Sódio (Na), Potássio (K)

Equilíbrio celular, regulação do equilíbrio hídrico, metabolismo energético

Sal de cozinha, sais de potássio

Magnésio (Mg)

Formação do esqueleto, sistema nervoso, metabolismo energético

Pó de osso, magnésia, sais de magnésio

Ferro (Fe)

Formação dos glóbulos vermelhos do sangue, respiração celular, enzimas

Carne, sais de ferro

Cobre (Cu)

Formação da hemoglobina, formação dos ossos, oxidação celular

Pó de osso, sais de cobre, carne

Cobalto (Co)

Formação da hemoglobina, multiplicação dos eritrócitos

Pó de osso, leveduras

Iodo (I)

Síntese dos hormônios da tireóide

Sais marinhos, peixe

Zinco (Z)

Sistema enzimático, integridade da pele, reprodução

Sais de zinco

Os minerais representam uma parcela mínima no peso do cão, mas cada um tem um papel essencial. Por esse motivo, a quantidade de minerais na dieta de um cão deve ser monitorada muito cuidadosamente. Além disso, todos os minerais podem interagir com os demais na digestão ou metabolismo. Ainda, é necessário não apenas garantir que cada um está presente na quantidade necessária, mas também evitar qualquer desequilíbrio que possa prejudicar o organismo tanto quanto uma simples deficiência.
 

No campo da nutrição, os minerais são divididos em dois grupos:
 

- Macronutrientes, para os quais as necessidades alimentares são expressas em gramas para um cão de porte médio. Incluem cálcio, fósforo, magnésio, sódio, potássio e cloro;
 

- Micronutrientes, para os quais as necessidades na dieta são expressas em miligramas/dia (ou menos), incluindo ferro, cobre, manganês, zinco, iodo, selênio, flúor, cobalto, molibdênio, etc.
 

Quantitativamente falando, o cálcio e o fósforo são os mais importantes elementos minerais: eles são os blocos de construção do esqueleto e também têm outras funções metabólicas importantes. Por exemplo, o fósforo está envolvido na transferência de energia intracelular. O esqueleto é uma reserva de armazenamento substancial de fósforo na qual um organismo pode recorrer em caso de deficiência. Isso explica a ocorrência de doenças ósseas quando os níveis de fósforo e cálcio na dieta estão desbalanceados. O magnésio também está envolvido no metabolismo ósseo, mas mais importante, é encontrado junto com o potássio no fluido intracelular essencial em muitas reações químicas.
No geral, os micronutrientes são necessários não somente na produção de glóbulos vermelhos do sangue, mas também no transporte de oxigênios, pigmentação da pele e preservação, funcionamento de sistemas enzimáticos, síntese dos hormônios da tireóide, etc. Cada micronutriente mineral tem um ou mais papéis em uma série de funções corporais.

Vitaminas: nem muito, nem pouco
(tabela 3)

Minerais

Papéis no organismo

Fontes

Vitamina A (retinol)

Visão, crescimento, resistência a doenças

Óleo de fígado de peixes, fígado, ovos

Vitamina D (calciferol)

Equilíbrio metabólico fosfocálcico, melhora na absorção de cálcio

Sol (UV), óleo de fígado de peixe, ovos

Vitamina E (tocoferol)

Proteção antioxidante do fígado, prevenção de patologia muscular (esforço)

Leite, cereais (grãos), ovos

Vitamina K

Produção de elementos para coagulação

Peixe, fígado, grãos

Vitamina B (tiamina)

Metabolismo energético (carboidratos), bom funcionamento do sistema nervoso

Grãos, farelo, levedura

Vitamina B2 (riboflavina)

Metabolismo dos aminoácidos e gorduras

Grãos, leite, levedura

Vitamina B6 (pirodoxina)

Metabolismo das proteínas, gorduras, carboidratos e ferro

Grãos, leite, peixe e levedura

Vitamina PP

Integridade dos tecidos (pele)

Grãos, levedura, peixe, ovos

Ácido Fólico

Metabolismo das proteínas, síntese da hemoglobina

Levedura, fígado

Vitamina B12 (cianocobalamina)

Metabolismo das proteínas, síntese da hemoglobina

Ferro, peixe, laticínios

Ácido Pantotênico

Integridade dos tecidos (pele)

Fígado, peixe, laticínios, arroz

Vitamina H (biotina)

Integridade da pele, metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas

Levedura, ingredientes naturais

Vitamina B14 (colina)

Metabolismo de gorduras, proteção hepática

Ingredientes naturais

Todos já ouviram falar de vitaminas, nutrientes essenciais para vida, que incluem uma grande variedade de substâncias. Quando uma única vitamina falta total ou parcialmente na dieta, o corpo exibe sintomas clínicos de deficiência que podem levar muitas vezes a doenças graves. Como um grupo, as vitaminas têm duas características diferenciadas:

- A necessidade diária de um cão por cada vitamina é expressa em miligramas ou ainda microgramas;
- As vitaminas são substâncias orgânicas, diferente dos micronutrientes minerais como o ferro, iodo e zinco, que são essenciais.

As vitaminas são encontradas na comida e são também lipossolúveis (solúveis em gordura) ou hidrossolúveis (solúveis em água). Cães precisam de 13 vitaminas diferentes. Cada uma tem papéis distintos, desde garantir uma boa visão, crescimento adequado e o uso eficiente das gorduras, preservar a pele e manter os vasos sanguíneos e tecidos nervosos.

É importante reparar que quantidades excessivas de certas vitaminas (particularmente as vitaminas A e D) na dieta podem ser muito perigosas. Embora essas vitaminas sejam úteis e necessárias em certas quantidades, podem ser prejudiciais e até tóxicas em outras. No entanto, algumas vitaminas, inclusive a E, são bem toleradas mesmo em grandes quantidades. Na verdade, grandes quantidades de vitamina E têm efeitos curativos e preventivos em membranas celulares. Até agora, nenhum sinal decorrente de super dosagem dessa vitamina foi reportada em cães. Quantidades de vitamina E acima da necessidade fisiológica podem aumentar a qualidade de um alimento específico.

Finalmente, os donos devem lembrar que levedo de cerveja é uma fonte rica e natural de vitamina B, que pode ser de grande ajuda para melhorar a aparência da pelagem.

Prebióticos (FOS) na Ração Canina
 

Fruto-oligossacarídeos (FOS) são um tipo de açúcar classificados como fibras fermentáveis. Esses açúcares não digestíveis são rapidamente fermentados pela fibra bacterial no intestino. Eles estimulam a produção de ácidos graxos voláteis (acetato, propionato e butirato), que mantem e promove o crescimento das células que formam o revestimento interno do intestino grosso.
 

Os FOS favorecem o estabelecimento de uma flora bacterial saudável (bifidobacterium e lactobacillus). Os benefícios para o trato digestivo são bem conhecidos:
 

- Inibem o crescimento de bactérias patogênicas;
 

- Estimulam o sistema imunológico.

O Papel dos Probióticos na Alimentação Canina
 

Os probióticos são microorganismos vivos (bactérias ou leveduras) que têm um efeito benéfico para o humano ou animal que os ingerirem.

Eles estão disponíveis como medicamentos ou suplementos alimentares (leveduras), ou estão presentes em alimentos (iogurtes).
Enquanto os efeitos benéficos dos organismos probióticos na diarréia de crianças pequenas são conhecidos há bastante tempo, seus efeitos benéficos na saúde humana e animal foram demonstrados apenas recentemente. Os mecanismos desses efeitos ainda não foram totalmente explicados. Os organismos probióticos parecem agir de três formas:

- Efeito barreira: permitem que um equilíbrio mais favorável seja estabelecido entre os diferentes organismos presentes na microflora intestinal (eles "suficam" os organismos patogênicos graças a seu número superior);
 

- Melhor digestão: por meio de ação enzimática, eles facilitam a digestão de certos nutrientes que resistem à ação de sucos digestivos;
 

- Estimulam as defesas imunológicas do hospedeiro.

Organismos probióticos não colonizam o trato digestivo do hospedeiros, logo para ser eficiente, devem ser consumidos freqüentemente e em doses suficientes.
 

Pesquisas recentes mostraram que uma forma eficiente e prátrica de fazer os cães consumirem organismos probióticos é acrescentá-los à ração seca. Uma vez ingeridos, eles melhoram a saúde do cão e aumentam sua expectativa de vida.